Misha Gordin, fotografia.

Dizem que existimos enquanto alguém nos recorda.

E quantos jazem no esquecimento?

Haverá alguém que os recorde antes que morram completamente?

Quando a porta do sepulcro fechou,

Maria estava viva.

Ninguém percebeu.

Há milhares de marias gritando humanidade,

sedentas de visibilidade.

Quem as ouve? Quem as vê?

Ouvidos educados na escuta da insensatez.

Olhos carrascos.

Mãos lavadas.

Mundo acelerado.

Pisarei no ponteiro das horas!

O que importa mesmo é o que se vê?

Vidas caras.

Carência do essencial.

Olhos de vidro.

Onde estou?

Quem eu sou?

Está gostando? Compartilhe!